E não o tenha eu visto noutra altura. Perdi-te.
E desta vez não teve a minha mão.
Talvez tenha sido isso…Não to disse.
Não te deixei saber.
Talvez.
Mas agora não o vou saber.
Vou lentamente sair de cena, conforme o Boticário de Romeu e Julieta, tão repentinamente como quando entrei.
Nunca foste um nada para mim, deves sabê-lo.
Mas também nunca quis assumir que fosses alguma coisa.
As palavras que deverás colar na tua parede devem exprimir o orgulho que deves ter em ti. Pelo que és. Pelo que estás a tentar ser. Pelo que sabes que sempre foste.
A corda da guitarra soltou-se e atingiu-me no nariz.
Conforme Battelle, buscarei em outro o conforto que me davas.
Acredito em finais alternativos.
E por vezes prendo-me na insolência das voltas da vida.
Mas nunca irei parar de defender que traçamos o nosso caminho e que andamos, mesmo sabendo que existe um final, apenas com a esperança de não o percorrermos sozinhos e de termos alguém ao nosso lado para testemunhar as nossas aventuras.
Olha! Consegues vê-lo a correr? É o cachorro. Aquele do outro dia.
Vou atrás dele.
Quem sabe onde vai?!
Repara, um dia, ele vai parar de correr, eu sei.
Mas hoje. Agora. Quero saber onde me pode levar.
Lembraste do que escreveu Einstein? É provável que não. Não te censuro.
“Pode ser que um dia tudo acabe…” Sabes o resto?
Nós vivemos o resto. Encaixamos nas palavras.
São como meias. Servem-nos perfeitamente.
Menti-te.
Não foi apenas o teu cheiro.
A forma como passas a mão pelo teu cabelo, a forma como franzes o nariz quando não percebes o que quis dizer, a maneira de a tua boca se mover quando mentes e sobretudo a leitura fácil que fazes de mim, sem te aperceberes.
Fazes as palavras correr dos meus dedos, como outros.
Mas não saem apenas da minha cabeça.
Imagina se eu fosse assim na Realidade.
Na realidade dos outros. Fora da minha cabeça. Não resulta, já o fiz. Ninguém é assim. Não se explica o sentido da vida por metáforas, ou se tem medo da nossa própria sombra no escuro.
Aqui sou isto.
Lá fora, sou e sempre serei, apenas, “a outra”.